Entenda como funciona a pesquisa por imagens do Google Lens, saiba quais são os seus mais importantes fatores de ranqueamento e tenha acesso a um dos mais completos estudos sobre pesquisa visual já feitos, agora em língua portuguesa.
Fazer uma pesquisa no Google já se resumiu a acessar a página de pesquisa, digitar uma palavra-chave e navegar por seus resultados.
Hoje, presenciamos uma caminhada extraordinária deste processo tradicional para novas possibilidades, mais tecnológicas e assertivas.
Já podemos fazer buscas por voz, por imagens e podemos, até mesmo, fazer pesquisas sem precisar, efetivamente, pesquisar!
Um dos aspectos que mais têm contribuído para uma pesquisa mais dinâmica, visual e personalizada é a otimização de imagens e o aumento de sua importância perante os buscadores.
Por este motivo, preparar o seu site para ser bem avaliado pelo algoritmo do Google em termos de pesquisa visual nunca foi tão importante.
A partir disso, falaremos ao longo deste conteúdo sobre o Google Lens e sobre pesquisas feitas exclusivamente através de imagens.
Acompanhe conosco os resultados de um dos maiores estudos feitos sobre o algoritmo utilizado pelo Google Lens e seus principais fatores de ranqueamento promovido por Brian Dean, do blog Backlinko.
O que é o Google Lens?
O Google Lens é uma ferramenta de reconhecimento imagético que permite que seus usuários façam pesquisas no Google utilizando somente uma imagem como “palavra-chave”.
Anunciado pela primeira vez em 2017, o recurso foi a princípio integrado à câmera dos smartphones Google Pixel.
Em seguida, foi integrado ao Google Assistente e Google Fotos para celulares Android e, somente em 2018, foi disponibilizado para todos os sistemas operacionais.
Como o Google Lens funciona?
A usabilidade do Lens é bastante intuitiva e para utilizá-lo basta acessar o aplicativo do Google, clicar no ícone de fotografia, fotografar o que você deseja pesquisar e voilà!
O reconhecimento de imagens do aplicativo é feito através de inteligência artificial e os resultados entregues serão imagens semelhantes àquela que você utilizou para fazer a pesquisa.
Outras funções
Além da busca por imagens pura e simples, o Google Lens também possui outras funções, tais como:
- Tradução: fotografe uma placa, cartão ou qualquer trecho de texto de língua estrangeira e selecione a opção “Translate” no menu inferior.
- Digitalização de textos: copie qualquer conteúdo escrito em livros ou folhas de papel para o seu computador ou smartphone com a opção “Text” de reconhecimento de palavras.
- Shopping: fotografe um objeto ou produto que deseja comprar e tenha acesso a uma grande lista de lojas que o oferecem na opção “Shopping.”
- Restaurantes: selecione a opção “Dining” e, ao fotografar um cardápio, veja imagens de todos os pratos disponíveis.
Como otimizar o meu site para a busca por imagens?
Com a popularização do Google Lens, muitos SEOs se depararam com a dúvida: é possível otimizar um site para a SERP de imagens?
Brian Dean, do Backlinko, se adiantou e promoveu um grande estudo sobre visual search, analisando 65.338 resultados de busca no Google Lens para entender melhor como esse tipo de pesquisa funciona e como o Google ranqueia seus resultados.
Trazemos hoje, com exclusividade, os resultados do maior estudo sobre pesquisa visual já feito na comunidade de SEO mundial!
Vamos lá?
Possíveis fatores de ranqueamento
Uma vez que não existe nenhum documento oficial de diretrizes e boas práticas de otimização específico para o Google Lens, Brian iniciou seu estudo trabalhando com possíveis fatores de ranqueamento relacionados à otimização de imagens e avaliou suas incidências nos 65.338 resultados analisados.
Os fatores escolhidos foram:
- Title tags e URL;
- Imagem no topo da página;
- Atributo alt text;
- Autoridade de domínio e página (DA e PA);
- Mobile-friendness;
- FCP (First Contentful Paint);
- Imagens responsivas;
- Nome do arquivo;
- Conteúdo da página onde está a imagem.
Vamos agora às conclusão das análises de cada um deles.
Palavra-chave na tag de título têm grande correlação com os rankings
No Google Lens, a sua palavra-chave é a sua imagem, certo?
Apesar disso, imagine que, ao reconhecer esta imagem, a tecnologia por trás da ferramenta a relacione à uma palavra e, através desta palavra, selecione os resultados que serão exibidos para esta busca.
Foi isso que Brian fez ao utilizar a API Google Vision para transformar imagens em palavras-chave baseadas em texto.
Os termos de pesquisa visuais transformados em texto permitiram uma análise mais profunda dos fatores técnicos, como title tag e URL da página onde as imagens entregues nos resultados estavam.
Com isso, o estudo constatou que 32,5% das páginas que ranquearam no Google Lens possuem em sua tag de título a palavra-chave correspondente ao rótulo dado a ela pelo Google Vision.
Vejam o exemplo abaixo:
A palavra-chave correspondente a imagem abaixo, segundo o Google Vision, é [tesla cybertruck].
A página abaixo foi a primeira ranqueada para a busca pela imagem [tesla cybertruck], e, é claro, esta palavra-chave aparece em sua tag de título.
O Google já havia divulgado informações sobre a utilização de palavra-chave no título da página ser um fator de ranqueamento.
(“Usamos um grande número de fontes para essa informação, incluindo informações descritivas no título e meta tags de cada página”)
Em outras palavras, Brian Dean conclui que o Google prefere imagens que estão em páginas totalmente relacionadas à imagem buscada, em detrimento daquelas em que a imagem aparece de forma randômica ou irrelevante.
Imagens posicionadas no topo da página têm preferência na SERP
Outro importante ponto analisado por Dean é o posicionamento da imagem dentro da página em que ela está publicada.
A conclusão é que 33% dos resultados do Google Lens são imagens que aparecem no topo destas páginas — mais especificamente, dentro dos primeiros 25% da página.
Por exemplo:
Uma das imagens buscadas no estudo foi esta:
Se olharmos a página em que este mapa se encontra, notamos que a imagem aparece logo após o cabeçalho.
Esta é mais uma informação já previamente divulgada pelo próprio Google, ao falar sobre otimização de imagens em um post de seu blog oficial.
(“Nós agora priorizamos sites onde a imagem está no centro e no topo da página”)
Atributo alt text não demonstra importância significante
Apesar de ser uma antiga recomendação de SEO e uma boa prática sempre muito reiterada pelo Google, o atributo alt text nas imagens parece não ter uma relação muito significativa com o ranqueamento de sites no Google Lens.
O estudo de Brian Dean concluiu que apenas 11,4% dos resultados analisados continham imagens com o atributo alt tag descritivo ou que incluía a palavra-chave relacionada à imagem pelo Google Vision.
Isso pode estar relacionado ao fato de que, algumas atualizações de algoritmo atrás, o alt text era imprescindível para o Google entender do que se tratava uma imagem. Hoje, com o reconhecimento de imagem através de inteligência artificial, este atributo vem perdendo a sua finalidade.
Veja o exemplo abaixo:
A palavra-chave correspondente à imagem abaixo é [yoga poses].
Abaixo, os resultados entregues pelo Lens.
Neste caso, apenas 2, de 4 resultados, possuem alt text relacionado à palavra-chave.
Apesar da baixa incidência, recomendamos que o atributo alt text continue sendo incluído nas suas imagens.
Resultados do Google Lens possuem grande autoridade de domínio (DA)
O Domain Authority de um site é um de seus maiores trunfos na hora de se posicionar com destaque na SERP.
Isso porque, na briga entre dois sites por uma posição, sendo estes iguais em qualidade de conteúdo e outros aspectos, a última avaliação será a da autoridade destes domínios, e com certeza o que têm maior DA ficará com a melhor posição.
Pensando nisso, Brian Dean analisou o DA e o PA dos 65.338 resultados inclusos em seu estudo e chegou aos seguintes números:
As médias de DA e PA desses resultados, são, respectivamente, 64 e 35.
Ambos os números são bastante razoáveis.
Mas, como destaca Brian, é preciso olhar para estes dados com uma visão mais ampla.
A autoridade de um site ou de uma página é uma consequência direta de sua qualidade de conteúdo e número de bons backlinks.
No documento de boas práticas para Google Images, o Google destaca a importância de um bom conteúdo para a pesquisa visual, sendo este um aspecto tão importante quanto a própria imagem!
(“Bom conteúdo na sua página é tão importante quanto seu conteúdo visual”)
Dito isso, o grande número de sites com autoridades de domínio e página altos na SERP do Google Lens pode ter duas origens: além do próprio fator quantitativo, a preferência do algoritmo por sites com conteúdo de grande qualidade.
A massiva maioria de resultados do Google Lens vêm de sites mobile-friendly
Uma vez que as pesquisas feitas no Google Lens são, em sua totalidade, feitas em dispositivos móveis, cerca de 77% de seus resultados vêm de sites mobile-friendly.
Mais profundamente, 90,6% dos resultados analisados passaram no Teste de compatibilidade com dispositivos móveis do Google.
É importante lembrar que, não apenas para buscas visuais, mas para SEO como um todo, a experiência do usuário mobile é um dos mais importantes fatores de ranqueamento hoje em dia!
(“Crie sites mobile-friendly: Usuários buscam no Google Imagens mais por dispositivos móveis do que por desktops. Por esta razão, é importante que você desenvolta o seu site para todos os tipos e tamanhos de dispositivos. Utilize a ferramenta de teste de compatibilidade com dispositivos móveis para testar como as suas páginas trabalham em dispositivos móveis e obtenha feedbacks sobre o que precisa ser melhorado.”)
LEIA MAIS: Mobilegeddon: os impactos da atualização do Google que favorece sites mobile friendly
First Contentful Paint – Ou a importância da velocidade de carregamento
O próximo ponto analisado por Brian Dean foi a velocidade de carregamento médio das páginas de resultado do Google Lens.
Para medir este aspecto, a métrica escolhida foi o FCP, ou First Contentful Paint, e não o comumente utilizado TTFB, Time To First Bite.
A diferença entre essas duas métricas está relacionada ao que o usuário pode ver na página.
Enquanto o FCP mede o tempo em que a primeira peça de conteúdo visível ao usuário demora para aparecer, o TTFB mede em quanto tempo o html daquela página carrega, mesmo que seu conteúdo não esteja visível, fazendo pouca ou nenhuma diferença para quem está navegando.
Dito isso, o resultado desta análise foi ligeiramente surpreendente: a média de tempo de FCP para os resultados do Google Lens é de 3.186 segundos.
De acordo com os mais recentes benchmarks e recomendações acerca da velocidade de carregamento de um site, este número revela uma certa lentidão.
Mas, do mesmo modo em que analisamos as métricas de autoridade, é preciso que ampliemos nossa visão sobre estes números.
Este dado está muito relacionado à outra constatação feita por Dean: a de que páginas que contêm muitas imagens são preferidas pelo algoritmo.
A média de imagens contidas nas páginas mais bem ranqueadas na SERP do Google Lens é de 34 itens.
Levando este fato em consideração, a média de FCP superior a 3 segundos passa a não ser tão surpreendente, porque páginas com muito conteúdo visual tendem a carregar mais lentamente.
É possível, inclusive, considerar que, diante do número médio de imagens nestas páginas, 3,186 segundos é um número bastante razoável.
Sendo assim, vale continuar seguindo as recomendações do Google e investindo em otimizações de carregamento, certo?
(“Imagens são, com frequência, o elemento que mais contribui com o peso de uma página, o que pode deixá-la lenta e com o carregamento difícil. Certifique-se de otimizar as suas imagens e aplicar nelas técnicas de responsividade para promover mais qualidade e uma mais rápida experiência de usuário.”)
Como o Google Lens classifica a responsividade?
Imagens responsivas são aquelas que se adaptam a quaisquer tipos e tamanhos de telas, independente de seus elementos, podendo ser visualizadas com o mínimo de zoom ou scrolling.
Apesar de ser considerada uma boa prática para a otimização de imagens, a responsividade não parece ser um fator de ranqueamento muito relevante para o Google Lens.
(“Desenvolver páginas responsivas leva a uma melhor experiência do usuário, uma vez que os usuários utilizam uma série de tipos diferentes de dispositivos. Consulte nosso Fundamentos da Web para Imagens para saber mais sobre as melhores práticas de imagens para o seu website.”)
De todos os resultados analisados, apenas 13% continham imagens responsivas.
O nome do arquivo continua importante no Google Lens
Assim como o atributo alt text, o nome do arquivo das imagens que eram incluídas em sites e páginas da web eram um dos modos que o Google utilizava para entendê-la.
Com a inteligência artificial, este processo não é mais necessário, mas, ao contrário do que aconteceu com o alt text, o nome do arquivo parece ter grande importância para o algoritmo do Google Lens.
Cerca de 22,6% dos resultados analisados continham arquivos cujos nomes correspondiam à palavra-chave relacionada à imagem utilizada para fazer a busca.
Por exemplo, o arquivo da imagem abaixo foi nomeado como “astronaut-deep-space-image-science-fiction-fantasy-in-high-resolution-picture”, e, segundo o Google Vision, a palavra-chave que está relacionada a esta imagem é [space astronaut].
Para o Google Lens, conteúdo também é rei! ?
O estudo de Brian Dean concluiu que, além de preferir páginas com muitas imagens, o algoritmo do Google Lens também prefere páginas com muito conteúdo!
A média de palavras contidas nas páginas ranqueadas no Lens é 1.631 palavras, número muito próximo da média de palavras das páginas mais bem ranqueadas no Google, que é 1.447 palavras.
Uma das maneiras de relacionar a importância deste fato à busca visual é a recomendação do Google de que imagens estejam sempre próximas de conteúdo relevante.
É deste modo que o buscador conseguirá entender melhor o contexto em que aquela imagem está inserida, complementando assim sua compreensão geral tanto sobre a imagem quanto sobre o conteúdo.
Qual a relação entre o Google Lens e a SERP orgânica?
15% dos sites ranqueados no Lens também estão nas TOP 10 posições orgânicas do Google para as mesmas palavras.
Foi isso que Brian concluiu ao utilizar os resultados orgânicos do Google como uma espécie de medidor de relevância para os sites ranqueados no Google Lens.
Explico:
Um site que está bem ranqueado na SERP orgânica do Google é um site relevante, certo?
Ainda que não exista uma métrica única e precisa para medir a relevância de um site como um todo, este pode ser um bom indicativo.
Assim, podemos constatar que um site bem ranqueado no Google tem grandes chances de estar em posições de destaque para pesquisas visuais.
E, de fato, é isso que os números mostraram.
Veja o exemplo abaixo:
Ao buscar pela imagem de um ratinho, o primeiro resultado no Google Lens veio do site corkypest.com.
Segundo o Google Vision, a palavra-chave correspondente a esta imagem é [commom california mice]
Ao pesquisar por [commom california mice] no Google, veja qual foi o primeiro resultado:
Pinterest e Amazon: sites que se destacam
Ao analisar a distribuição dos sites que são frequentemente entregues no Google Lens, Dean chegou a um número interessante.
10% de todos os resultados vem de dois únicos sites: Pinterest e Amazon.
Essa descoberta corrobora todos os itens citados acima, uma vez que:
- Ambos os sites possuam grande autoridade de domínio: 96 e 94, respectivamente;
- Os sites são mobile-friendly e possuem carregamento veloz;
- Ambos os sites tendem a ter um grande número de imagens no topo de suas páginas, frequentemente logo após o banner principal.
Entre outros aspectos.
Conclusão
Segundo as conclusões a que pudemos chegar ao acompanhar este estudo, os mais importantes elementos analisados pelo algoritmo do Google Lens em seus rankings estão relacionados à autoridade de domínio e conteúdo.
Em outras palavras, ao desenvolver conteúdo de qualidade, atrair bons backlinks e trabalhar bem suas imagens, suas autoridades de domínio e página naturalmente aumentarão, expandido assim as suas possibilidades de alcançar o seu público-alvo nos mais diferentes tipos de pesquisa.
Para saber mais informações sobre metodologia e sobre como este estudo foi conduzido, acesse sua documentação oficial (em inglês).