Conversion divulga estudo exclusivo com dados sobre compras de presentes para o Natal de 2020; pandemia impulsiona vendas online e muda hábito do consumidor
Vivemos tempos de grandes desafios com o crescimento de casos de COVID-19 após as eleições municipais: voltam as restrições e, ao que tudo indica, teremos nosso primeiro Natal com isolamento social.
Ao contrário da maioria das previsões, o novo normal estendeu-se à data comemorativa mais importante do mundo — data essa que também era, tradicionalmente, a mais forte do varejo físico.
Diante deste cenário, como fica, então, o Natal do varejo?
Para responder a essa dúvida e entender todas as mudanças que estão acontecendo, realizamos um estudo exclusivo em que entrevistamos 1.068 brasileiros sobre como será o Natal de 2020 no país, desde a compra de presentes até a ceia.
Papai Noel vai chegar para maioria dos brasileiros, mas 17% não darão presentes
No último mês, o Brasil registrou o recorde histórico de 14,1 milhões de desempregados e presenciamos, hoje, uma das maiores crises econômicas da história do país.
Mas, mesmo perante estes desafios, os presentes de Natal da maioria dos brasileiros estarão garantidos: 83% dos entrevistados afirmaram que presentearão alguém.
Será, entretanto, um Natal muito mais econômico: 41,3% pretendem gastar menos nesta edição que no último ano.
Por outro lado, apenas 23,6% pretendem gastar mais com presentes, o que ainda é, de certa forma, surpreendente.
Pela primeira vez, brasileiros comprarão mais pela Internet
Em quase todo o país, muitos Shopping Centers estão vazios: vendedores parados, inúmeras lojas de grandes marcas fechadas e muito medo da nova doença.
O novo normal, que começou em março estendeu-se durante todo o ano, está levando o consumidor brasileiro a mudar profundamente os seus hábitos e, pela primeira vez, um Natal terá mais compras por e-commerce do que por lojas físicas.
Outro dado curioso é que, depois das lojas virtuais, que somam 31,94% das intenções de compra, aplicativos de lojas e marcas estejam em segundo lugar, com 22,53% das respostas.
Ambos os canais online totalizam, juntos, 54,47% das intenções neste Natal, reforçando a importância da internet.
As lojas de Shopping Centers e comércio de rua só depois aparecem em seguida com, respectivamente, 19,25% e 18,77% das intenções de compra.
Pandemia e economia financeira: os motivadores para compra online
Em novembro, nós tínhamos anunciado em nosso estudo a maior Black Friday de todos os tempos, impulsionada pela COVID-19; naquela pesquisa, 75% dos brasileiros pretendiam comprar pela Internet por medo do contágio.
Com a extensão do isolamento social e o agravamento da crise econômica, os critérios de pandemia e preço compartilham a posição de principal atrativo entre os respondentes que afirmam que comprarão pela Internet.
Será que chega a tempo? Prazo de entrega será fator determinante
No momento em que realizamos esta pesquisa (12 de dezembro), estávamos a exatos 12 dias da ceia de Natal — e a proximidade da data colocou o prazo de entrega como o critério mais importante na hora de escolher o site onde comprar.
Mais uma vez, entretanto, aparece a questão de custo em segundo lugar; mas, dessa vez, o custo do frete, que também será muito levado em conta, reforçando a ideia de um Natal espartano.
Presentes só para os mais próximos
Já se foi o tempo em que a árvore de Natal tinha tantos presentes quanto crianças nas casas e, este ano, apenas 20,38% dos brasileiros comprarão presentes para toda a família — número muito próximo daqueles que incluirão em sua lista de presenteados amigos e conhecidos (14,1%).
Já, para o núcleo familiar mais próximo – formado por mais, filhos, irmãos, etc.–, 58,39% afirmam que irão comprar presentes.
Quer pagar quanto?
Devido à crise econômica e alta taxa de desemprego, 48,3% dos brasileiros pretendem gastar menos de R$300,00 em todos os presentes de Natal.
Este número é diametralmente oposto ao de nossa pesquisa sobre a Black Friday, quando 32,2% afirmaram que pretendiam gastar acima de R$1.000,00. Para o Natal, apenas 12% pretendem presentar acima de mil reais.
O que aconteceu também foi que, para muitas pessoas, o Papai Noel chegou mais cedo: 58% afirmaram ter comprado presentes de Natal antecipados aproveitando as promoções da Black Friday.
Pix ainda está longe de ser o meio de pagamento favorito
Apesar das iniciativas publicitárias do Banco Central e dos maiores bancos do país, o Pix ainda está em 6º lugar no ranking de meios de pagamento preferido pelos brasileiros, com apenas 7,54% das intenções de uso.
O método de pagamento preferido de compras neste Natal é o cartão de crédito, com 30,8% das respostas. A título de comparação, na Black Friday 54% pretendiam usar esse meio.
A grande surpresa desta pergunta, porém, está no uso do dinheiro em espécie para pagamento, o que pode estar associado aos 18,77% que pretendem fazer compras em comércio popular. Recentemente, ruas do centro de São Paulo registraram superlotação.
Comemorações de Natal afetadas pelo COVID-19
Governadores da maioria dos estados do país estão recomendando restrições às tradicionais ceias de Natal e apenas 30% dos brasileiros disseram que as comemorações não serão afetadas.
Isto significa que, por outro lado, as celebrações de 70% das famílias no Brasil terão um “Natal do novo normal”, com mais isolamento social e menos aglomerações.
Conclusão: novos hábitos que vieram para ficar
Nos últimos meses, aqui na Conversion, temos investido na produção de diversas pesquisas a fim de compreender melhor o comportamento do consumidor, especialmente após o início da pandemia do novo coronavírus.
Recentemente, publicamos um artigo falando sobre o perfil do novo consumidor, que está cada vez mais digital, mais isolado socialmente (aqui, inclusive, o tradicional boca-a-boca perde força) e mais adepto às compras por e-commerce.
Desta vez, procuramos entender como o consumidor reconhecia as mudanças em relação às compras online e 67% disseram que, em 2020, tornaram-se mais propensos a consumir pela internet.
Por outro lado, para 12,6%, nada mudou (parcela dos entrevistados que provavelmente já tinha o hábito de comprar online) e 20,3% estão menos propensos, o que pode se justificar pela crise econômica que atravessamos.
Este ano, nos surpreendemos com o primeiro Natal com mais compras pela Internet. Acreditamos que esse hábito não vai mudar e o e-commerce vai continuar a expandir seus limites.
Mas, ainda assim, torcemos para que o novo normal não seja de uma eterna crise econômica e para que, principalmente, a saúde e o bolso dos brasileiros possam se recuperar logo.
Metodologia
Esta pesquisa foi realizada no dia 12/12/2020, através de um questionário estruturado com perguntas fechadas, com 1.068 brasileiros acima de 16 anos, via Internet, com dados ponderados, dos quais 886 afirmam ter comprado ou que irão realizar compras no Natal deste ano. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 3%.