Maior varejista eletrônico do mundo inicia testes para sumarizar opiniões de clientes
A Amazon, uma das grandes empresas do ramo do comércio eletrônico em nível global, iniciou testes de aplicação de ferramentas de inteligência artificial generativa para elaboração de descrições de produtos.
A ideia é simples, mas proveitosa. Em vez dos tradicionais resumos concebidos por redatores, copywriters e desenvolvedores de produto, a base para sua criação são os reviews dos próprios usuários. Com isso, o consumidor tem acesso a opiniões sinceras, positivas e negativas acerca dos itens que pretende comprar.
Em suma, os transformadores tomam como base criativa as avaliações de compradores para estabelecer parâmetros comuns e elencar os principais benefícios e problemas do produto. Ou seja, sintetiza os pontos fortes e fracos identificados pelos consumidores.
IA sumariza reviews para consumidor
Já disponível em alguns produtos no aplicativo da Amazon, as novas descrições trazem diferentes pontos de vista sobre o produto. Porém, é possível reparar algumas inconsistências, como no exemplo abaixo, em que o resumo traz impressões dúbias com relação à durabilidade da bateria de um relógio.
Imagem: Marketplace Pulse
Tradução do review criado pela inteligência artificial:
“Esta tecnologia vestível recebeu feedback positivo dos clientes em termos de qualidade, facilidade de uso, valor, aparência e duração da bateria. Os clientes elogiaram a precisão e a simplicidade do relógio, bem como sua facilidade de conexão com telefones e navegação. Também foi atribuído ao produto um ótimo custo-benefício pela maioria dos clientes. No entanto, alguns clientes expressaram preocupação com a duração da bateria e alguns relataram que o relógio precisa ser carregado com frequência. Foram expressas opiniões divergentes sobre o desempenho, o tamanho e o carregamento do produto. No geral, esse dispositivo vestível parece ser uma boa escolha para quem procura uma opção de alta qualidade, fácil de usar e com preço acessível.”
Repare que o próprio resumo reconhece a dualidade dos reviews, além de trazer um disclaimer após o texto: “Gerado por IA a partir do texto das avaliações dos clientes”.
Google possui tecnologia semelhante
A intenção não é nova e parece seguir os passos do Google. Em 2022, o buscador atualizou suas diretrizes para classificação de páginas de qualidade, adicionando um “E” ao conceito de E-A-T (Especialização, Autoridade, Confiança).
O novo elemento se refere à experiência. Ou seja, visa a priorização de experiências reais do autor, que considera que alguém que realmente visitou um local ou vivenciou um evento possui aptidão para falar com propriedade sobre o tema. O mesmo se aplica aos produtos.
De fato, o Google realiza esforços em uma iniciativa semelhante para transformar a experiência de compra por meio da inteligência artificial recém-integrada ao algoritmo. Em período experimental, a feature também traz um aviso sobre o uso da tecnologia.
Imagem: Marketplace Pulse
IA faz parte de DNA da Amazon
Há anos ferramentas de IA fazem parte da construção do maior e-commerce do mundo. A Amazon é conhecida por dominar a análise de dados para aplicação de técnicas centradas no cliente e recomendar produtos de acordo com as preferências do usuário.
Além disso, há muitos outros empregos da inteligência artificial em processos de automação e otimização de páginas. Ela oferece, inclusive, um serviço por meio da Amazon Web Services (AWS), voltado ao aprendizado de máquina na resolução de problemas e melhoria na experiência dos clientes.
Na área de transporte, a tecnologia é utilizada para acelerar as entregas por meio de análise de dados de transporte que planejam rotas com base em variáveis atualizadas em tempo real, como o clima ou acidentes na pista (CBCN, 2023).
Outra atividade parece seguir a tendência de experiência conversacional de pesquisa, já implementada pelo Google e pelo Bing, que utilizam chatbots inteligentes para melhorar a experiência do usuário. No caso da Amazon, a busca tem como foco facilitar que os clientes encontrem e comparem produtos com base em sugestões personalizadas (The Verge, 2023).
Inteligência artificial generativa é tendência entre as empresas
Apesar de seu histórico revelar o uso constante da IA em suas operações, a utilização de transformers de inteligência artificial generativa são relativamente novos para a marca.
A tecnologia ganhou novos rumos em novembro de 2022, quando o ChatGPT chegou ao alcance dos usuários. A ferramenta da OpenAI utiliza a web como banco de dados para gerar outputs (respostas à solicitação), criando novos textos e outros formatos de conteúdo.
À época, o CEO da Amazon Andy Jassy disse que as LLMs (Large Language Models) chegaram para “transformar e melhorar praticamente todas as experiências dos clientes”. Mais recentemente, Lindsay Shanahan, gerente de relações públicas da organização, revelou que “estamos investindo significativamente em IA generativa em todos os nossos negócios”.
O uso da inteligência artificial não é exclusividade de Amazon, Google, Microsoft e outras big techs. Tida como uma revolução no mercado, estima-se que tenha um crescimento anual de 37,3% de 2023 a 2030 (Forbes, 2023).
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