AutoGPT: ferramenta de inteligência artificial promete automatizar tarefas complexas

Lucas Amaral
Lucas Amaral

No entanto, há correntes que desejam limitar o uso da ferramenta

Lançada em 30 de março de 2023 pela empresa de jogos independente Significant Gravitas, a ferramenta de inteligência artificial AutoGPT, ainda em período experimental, ganhou os holofotes da mídia. O motivo? A promessa de utilização dos recursos do GPT-4 para acelerar e automatizar processos humanos e tomar decisões por si só. 

Em seu Twitter, Paul Couvert, entusiasta da IA e fundador da Answera.ai, que facilita as interações de suporte ao consumidor, disse que “a inteligência artificial não é mais um assistente, ela realiza tarefas por você”.

Diferentemente das LLMs (Large Language Models) que ganharam destaque entre o fim de 2022 e o início de 2023, como o ChatGPT e o Google Bard, esta é considerada uma ferramenta de inteligência artificial geral (AGI), que tem como principal característica a autonomia. Apesar disso, também é considerada um transformer, nome atribuído a IAs com o potencial generativo.

A repercussão foi tão grande que, pouco tempo após o lançamento, a ferramenta AutoGPT alcançou a marca de 100 mil estrelas na plataforma GitHub, onde está hospedado seu código-fonte. 

Neste guia rápido, descubra quais são as principais funções do AutoGPT, como ele funciona e quais são as controvérsias a seu respeito.

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O que é o AutoGPT?

AutoGPT é uma ferramenta de inteligência artificial de código aberto que pode ser integrada a outros softwares como uma Interface de Programação de Aplicação (API). Ela auxilia na execução de diversas tarefas, como depuração de linhas de código e criação de textos em linguagem natural sem a necessidade de instruções. 

Para isso, utiliza-se de mecanismos de deep learning (aprendizagem profunda), uma ramificação do machine learning (aprendizado de máquina) que aprofunda-se em camadas de processamento para resultados mais precisos. 

A autonomia advém de uma tecnologia conhecida como unsupervised learning (aprendizado não supervisionado), na qual o algoritmo descobre padrões ocultos e rotula conjuntos de dados sem a necessidade de intervenção humana.

Isso quer dizer que, para gerar conteúdo textual, por exemplo, a ferramenta se autoconfigura, abrindo mão da necessidade de inserção de prompts. Esse mesmo protótipo pode ser utilizado para programação, confecção de relatórios personalizados, organização de planilhas, criação de websites ou aceleração de processos criativos.

Como funciona o AutoGPT?

O AutoGPT se baseia nas tecnologias GPT-3.5, GPT-4 e ChatGPT para recolhimento de dados em texto para treinar o próprio algoritmo e automatizar processos. A própria ferramenta, então, utiliza essa base agregada no sistema e gera novas respostas a partir do aprendizado. 

Ou seja, se retroalimenta para aprimorar os outputs e adaptar-se às necessidades do utilizador. Por trás das tarefas realizadas pelo sistema, a IA redige códigos de execução em Python que resultam na execução de comandos sequenciais.

Sua utilização, assim como nas ferramentas da OpenAI, é cobrada a partir de tokens. Em outras palavras, utiliza-se de uma parcela de créditos pré-adquiridos a partir das demandas do usuário. 

Quais são as diferenças entre o AutoGPT e o ChatGPT?

Embora sejam ferramentas semelhantes e integradas, existem algumas diferenças fundamentais entre o AutoGPT e o ChatGPT. 

A primeira foca na execução de tarefas, o que pode ser personalizado de acordo com o requerimento. Ou seja, tem como função a realização de ofícios específicos. Já a segunda visa gerar respostas diretas às solicitações do usuário em linguagem natural. 

Em termos mais simples, o AutoGPT é capaz de executar comandos em escala, seguindo uma sequência de instruções.

No ChatGPT, você poderia, por exemplo, solicitar a enumeração de voos e preços para um determinado local, mas teria que realizar as demais ações a partir da lista entregue. 

Já com a nova ferramenta, é possível requerer que ela encontre a opção mais barata e realize, automaticamente, o agendamento e pagamento da passagem. Hipoteticamente, em casos assim, a presença humana é dispensável.

Em um nível de negócios, o AutoGPT tem a capacidade de acelerar uma série de tarefas, servindo como um assistente em múltiplas atividades cotidianas, como remarcar agendamentos, criar planos de marketing complexos ou conversar com pessoas de maneira customizada.

Para facilitar o entendimento, vamos recorrer a um exemplo prático de utilização para uma ação de marketing de conteúdo. Atualmente, o ChatGPT auxilia em tarefas individuais, como elaboração de ideias, identificação de palavras-chave, estruturação de tópicos e, claro, na redação de conteúdo. 

No AutoGPT é possível integrar toda a cadeia de processos, tendo como resultado, por exemplo, todo um conjunto de textos publicados em um blog sem a intervenção de seres humanos. Além disso, a ferramenta é capaz de interpretar dados por conta própria, ajustando os padrões de escrita para potencializar os ganhos, graças à sua capacidade de aprendizado.

Para garantir o alinhamento às expectativas do utilizador, ao menos por enquanto, é possível moderar a interferência da IA ou exigir a permissão de uma pessoa para dar continuidade ao projeto.

Quais são as controvérsias que envolvem o AutoGPT?

Apesar de seu potencial para a automação de tarefas, existem implicações relacionadas ao uso e desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial. O salto tecnológico que envolveu a chegada do ChatGPT ao público e o lançamento do AutoGPT preocupam alguns especialistas.

Em uma publicação no próprio blog do AutoGPT, há um disclaimer sobre os perigos das novas tecnologias. “Alguns temem que essa tecnologia possa substituir empresas inteiras e assumir trabalhos anteriormente realizados por humanos. No entanto, é importante lembrar que essa é uma nova tecnologia e ainda não conhecemos todos os seus recursos e limitações”.

Vale lembrar que, recentemente, Geoffrey Hinton, considerado o “padrinho da Inteligência Artificial”, abandonou o Google alegando: “De repente, percebi que essas coisas estão ficando mais inteligentes que nós”, conforme disse em entrevista à CNN. E completou: “Quero dizer que devemos nos preocupar seriamente em como impedir que essas coisas tenham controle sobre nós”.

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Escrito por Lucas Amaral

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