Busca interna: como utilizar dados de pesquisa no seu site para gerar insights e melhorar a experiência do usuário

Bruna Rodrigues
Bruna Rodrigues

Conheça a análise que ajuda a gerar muito mais insights estratégicos para o seu negócio: as buscas internas do seu site, que revelam o comportamento do consumidor

Muitas vezes, as marcas estão preocupadas em como melhorar seu ranking nos buscadores para atrair novos usuários, mas se esquecem de olhar para o cliente, ou pelo menos o usuário, que já está dentro do site e é mais propenso a comprar.

Uma das formas mais ricas de entender o comportamento dos usuários de maior valor agregado é analisar as pesquisas realizadas dentro do site, que revelam o que seu cliente mais procura.

Deste modo, algumas vezes você poderá confirmar que tem o conteúdo esperado, enquanto outras vezes descobrirá novas oportunidades.

Porém, analisar as pesquisas no seu site também poderá ajudar a melhorar o posicionamento orgânico de suas principais palavras-chave.

Atualmente, um profissional de SEO deve ter uma visão holística e difundida tanto sobre as diretrizes de qualidade dos mecanismos de busca quanto sobre tudo o que deve ser executado em seu site, mas existe um fator sem o qual nenhum bom posicionamento se sustentará: a intenção de busca do usuário.

Responder às necessidades do seu público-alvo é exatamente o que prova a um buscador que o seu site é relevante.

Sabemos, hoje, que ainda que a taxa de rejeição não seja um fator de ranqueamento, os sites cujo bounce rate é muito alto e/ou crescente não se mantêm em posições de destaque.

Isso acontece porque o algoritmo compreende que, se um usuário acessa a sua página e retorna a SERP com muita rapidez, aquele site não foi capaz de retê-lo e, logo, não possui as respostas certas às suas perguntas.

Para auxiliar você neste processo, ensinaremos hoje como aplicar uma técnica extremamente eficiente para a geração de insights relacionados ao que o seu público deseja encontrar no seu site, a análise de buscas internas.

Vamos lá?

O que é busca interna?

Se você já fez compras em um e-commerce ou já procurou por um conteúdo especifico dentro de um site que você já havia acessado antes, provavelmente utilizou o recurso de busca interna deste site.

Diferente da busca convencional, que é feita em um buscador como o Google, a busca interna é realizada dentro de um site e seu campo de pesquisa se restringe a tudo o que está publicado dentro deste mesmo site.

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Este pequeno campo, além de elevar o padrão de qualidade da experiência do seu usuário, permitindo que ele encontre as informações que deseja com muita facilidade, ainda pode ser uma ferramenta muito poderosa na análise de suas intenções.

Como a busca interna pode ajudar a compreender a intenção de busca dos seus usuários?

Há alguns meses, publiquei um conteúdo em que mostrei como a própria SERP do Google poderia ser utilizada como um meio para a compreensão das diferentes intenções de busca que ela abrange. 

Neste conteúdo, que você pode acessar aqui, exemplifiquei de que maneira dados como SERP features e a disposição das informações na página de resultados são indicativos do que a maioria das pessoas, que buscam por determinadas palavras, estão mais propensas a consumir.

Da mesma maneira, uma análise de mesmo fundamento pode ser feita a partir dos dados das buscas internas de um site, mas em uma escala relativamente menor.

Imagine que, ao analisar os termos mais pesquisados dentro do seu site, que fala sobre investimentos e educação financeira, por exemplo, você identifique um grande volume de busca para [bitcoin].

Isso significa que os seus leitores querem saber mais sobre esta moeda e estão buscando por essas informações dentro do seu site.

Se você possui um grande conteúdo épico (os famosos guias definitivos) sobre bitcoin, terá chances muito maiores de reter este usuário. Se não tem, está perdendo uma grande oportunidade de oferecer a melhor experiência.

A lista de termos mais pesquisados de um site é uma mina de ouro, principalmente em sites de conteúdo e e-commerces, pois exprimem desejos de consumo e deixam claro que o seu usuário gostaria de saciá-los em seu site.

Mas, afinal, como encontrar estes termos e avaliá-los da melhor forma?

Vamos aos passos!

1. Comece configurando o Google Analytics

A primeira coisa que devemos fazer antes de analisar um conjunto de dados é ter acesso a estes dados.

No caso das buscas internas de um site, o Google Analytics será a nossa ferramenta.

Se seu site ainda não possui uma conta, crie uma e siga as recomendações de configuração do suporte oficial do Google Analytics 4 neste link.

Com todo o taggeamento em dia, certifique-se de configurá-lo para mostrar os termos de pesquisa.

No menu lateral, estes termos estão dentro de “Pesquisa Interna”, que estará dentro de “Comportamento.”

2. Visualize os principais termos e entenda o que eles expressam

Há uma variedade imensa de interpretações que podem ser feitas através da observação de uma lista de termos de pesquisa.

As mais objetivas, no entanto, dizem respeito àquilo que você enxerga em um primeiro momento.

Veja abaixo, por exemplo, a lista de termos mais buscados dentro do site da Conversion em janeiro de 2021:

Levando em consideração que possuímos um site que compartilha conhecimentos sobre marketing e SEO, posso concluir que nossos leitores gostariam de saber mais sobre conteúdo, marketing de conteúdo, SERP features, e etc.

A maneira mais rápida de corresponder a essas intenções é produzir conteúdos sobre todos estes assuntos e ajudar nossos usuários a encontrar as informações que eles procuram — caso elas façam sentido para o negócio, é claro.

Em um segundo momento, podemos perceber que os dois termos mais buscados estão relacionados ao mesmo assunto, o conteúdo.

Isso pode significar que quem está pesquisando este termo está com mais dificuldade neste aspecto da otimização de um site. Ou então que nossos usuários possuem o objetivo de se tornarem especialistas em conteúdo.

Nos dois casos, podemos concluir estas pessoas são profissionais de marketing, e-commerce ou SEO.

Ao analisar a lista, também percebemos que há, ainda, pessoas interessadas em informações sobre Facebook, ainda que não nos posicionemos como uma agência especializada em mídias sociais.

Para análises mais frutíferas, experimente fazê-las com outros membros do seu time. A exposição de ideias diferentes pode expandir significativamente o leque de possibilidades.

Após extinguir todas as interpretações possíveis, vamos à próxima etapa.

3. Separe os termos em conteúdos existentes e inexistentes

De todos os termos de pesquisa identificados, separe aqueles que trazem resultados daqueles que não trazem resultados.

Sejam produtos, materiais para download, artigos ou qualquer outro formato de mídia que esteja sendo procurado pelo seu público, identifique quais deles já existem dentro do seu site e quais não existem.

Conteúdos ou produtos existentes

Com relação aos termos referentes a produtos ou conteúdos que já existem no seu site, sabemos agora que há uma boa oportunidade de fortalecê-los.

Se o seu público demonstra preferência por um determinado produto vendido por você, por que não investir em campanhas mais incisivas para estes produtos?

Ou, quando falamos de conteúdo, por que não divulgá-los melhor e para mais pessoas?

Consolide e estimule o consumo destes conteúdos e produtos através de uma comunicação mais efetiva, campanhas de mídia paga, publicações em redes sociais, otimize melhor suas palavras-chave para SEO, enfim, o que fizer mais sentido para o seu negócio.

Conteúdos ou produtos inexistentes

Com relação aos termos que ainda não trazem resultados na sua pesquisa interna, é preciso avaliar se eles fazem sentido para a sua persona.

Utilizando o exemplo do site da Conversion, descrito algumas linhas acima, identificamos em nossa lista de termos mais buscados uma menção a Facebook

Muito embora este seja um conteúdo que nosso usuário busca, não temos como objetivo nos posicionarmos como especialistas nesta rede social, portanto o desenvolvimento de um conteúdo deste tipo não faz sentido para a persona que desejamos alcançar.

Se, por outro lado, os termos são comercialmente úteis e ainda não estão no seu site, pense em como desenvolvê-los.

Aqui vale pesquisar qual o formato de mídia preferido pelo seu público, como apresentá-los e divulgá-los da melhor maneira.

4. Construa sua persona pensando no que ela busca dentro e fora do seu site

É claro que a busca interna do seu site é uma grande fonte de insights, mas o comportamento deste usuário fora dele também é importante.

Para isso, é fundamental mapear as jornadas dos consumidores do seu nicho para, deste modo, construir uma persona com base em seus desejos e comportamentos.

A definição exata desta persona te ajudará a saber exatamente para quem você fala, e é justamente isso que permitirá o desenvolvimento de uma comunicação mais assertiva e eficaz.

5. Defina suas estratégias de SEO de acordo com os termos com maior volume de busca interno

Se para um bom planejamento de SEO a pesquisa de palavras-chave é uma etapa fundamental, a pesquisa de termos de pesquisa interna também tem grande valor na hora de tomar as suas decisões estratégicas.

Antes de otimizar as suas páginas de entrada mais acessadas, considere estes termos como termômetros.

Essa importante lista pode, ainda, alterar o que você entende pelas suas páginas mais importantes.

Se, por exemplo, a sua página de vendas principal é uma, mas este termo não tem o maior volume de buscas nas pesquisas internas, por que não avaliar outros aspectos desta página e, quem sabe, substituí-la?

Conclusão

A intenção do usuário é um indicador que, assim como a própria natureza dos desejos, flutua de acordo com inúmeros fatores.

Por ser mutável, este por ser um dos mais complexos conceitos em SEO.

Compreender exatamente o que o seu público procura e ser capaz de se adaptar às suas mudanças é o que tem proporcionado ao comércio eletrônico, brasileiro e mundial, grandes avanços e transformações.

Com o recurso que ensinamos hoje, pretendemos contribuir para que você e o seu negócio possam ser mais bem-sucedidos em reter o seu cliente e, deste modo, poder servi-lo cada vez melhor.

Mãos à obra!

Escrito por Bruna Rodrigues

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