Comércio eletrônico no Brasil supera em mais de duas vezes as previsões e grandes players nacionais expandem market share
Este mês, nosso Relatório do E-commerce no Brasil, o único do mercado a trazer dados e estatísticas mensais dos maiores sites, apresenta os resultados de Janeiro, mês em que o setor cresceu 25% e registrou 1,77 bilhões de acessos às lojas virtuais em comparação ao mesmo mês do último ano.
Ainda em meio à pandemia do novo coronavírus, o e-commerce brasileiro segue em plena expansão.
“Se 2020 foi um ano de crescimento estrondoso e de muitas marcas sendo pegas de surpresa, a previsão para 2021 é de um mercado digital muito mais maduro com relação aos novos hábitos de consumo”, afirma Diego Ivo, fundador e CEO da Conversion.
Estatísticas
Segundo a nova edição do Relatório do E-commerce no Brasil, o número de acessos a sites transacionais, em janeiro, foi de 1,77 bilhão.
A nova edição do relatório, lançada hoje (11), analisou 217 e-commerces brasileiros de 15 categorias de consumo diferentes.
São considerados e-commerces sites predominantemente transacionais cuja intenção de acesso à página inicial é inclinado à compra ou acesso de produto adquirido
Os dados referem-se somente a acessos provenientes do Brasil e, como fontes, foram usadas as ferramentas SimilarWeb e SEMRush.
Tendência do último ano se mantém e comércio eletrônico segue em ascensão em janeiro
Do primeiro ao último mês do ano passado, os sites de e-commerce brasileiro somaram 19,79 bilhões de acessos.
Este foi um panorama sem precedentes na história das compras online e a mudança repentina nos hábitos de consumo da população, causada pela crise do COVID-19 e o fechamento temporário das lojas físicas em diversas cidades do país, trouxe um alerta às marcas que ainda não haviam se adaptado ao mercado digital.
De todos os 15 setores mensalmente analisados pela Conversion em 2020, 13 tiveram um aumento extremamente expressivo em acessos, sendo os líderes em taxas de crescimento Farmácia & Saúde (+64,10%), Pet (+73,20%) e Comidas & Bebidas (+91,20%).
No mês de maio/20, que marcou o período mais atípico do ano, o setor de Varejo, que abarca grandes players como Mercado Livre e Amazon Brasil, obteve 52% de todo acesso a lojas virtuais no país.
O segundo semestre foi ainda melhor que o primeiro, com um crescimento de 24% em relação aos seis primeiros meses do ano.
Diante deste cenário, as expectativas para o início de 2021 eram altas. E não foram frustradas.
Somente no primeiro mês do ano o comércio eletrônico brasileiro cresceu 25% em relação ao mesmo período de 2020.
Apesar do número expressivo, o primeiro mês do ano, por padrão, reflete uma diminuição de acessos com relação ao mês de dezembro do ano anterior, em que o consumo é impulsionado pelo Natal e pelo período de férias de verão.
A queda MoM (month over month) entre jan/21 e dez/20 foi de -6,86%.
Buscas continuam liderando como fonte de tráfego
No último relatório divulgado pela Conversion, referente a outubro de 2020, o canal de acessos por Busca (Orgânico & Pago) teve a maior participação nas visitas recebidas pelos e-commerces, com 57%.
Três meses depois, o cenário se mantém. A participação das Buscas (Orgânico & Pago) como fonte de tráfego soma 59%, sendo seguida pelo acesso Direto, com 31,8%.
Em terceiro lugar, o tráfego por canais sociais, soma 5,5%.
Com relação aos dispositivos utilizados, o mobile segue ampliando sua presença e confirmando sua importância.
De todas as visitas recebidas pelos e-commerces no mês passado, 66,5% vieram de dispositivos móveis.
Setor de Farmácia & Saúde tem maior crescimento; categoria Infantil é a que mais sofreu desde o início da pandemia
Em todas as variáveis analisadas — crescimento YoY (Year over Year), crescimento mensal e crescimento desde o início da pandemia (fev/20) —, o setor de Farmácia & Saúde obteve resultados positivos.
Ao acumular uma taxa de crescimento de mais de 100% desde o início da crise sanitária, o setor se destaca como o grande campeão também de janeiro, com um crescimento YoY (Jan/21 x Jan/20) de 90,42%.
Dentro deste setor, os sites que mais se destacam são DrogaRaia, com o maior crescimento YoY em janeiro: 323,91%, seguido por Drogasil (197,91%) e Drogaria São Paulo (134,57%).
Seguindo o líder, como é possível observar no gráfico, estão os setores de Pet, Casa & Móveis, Importados, e Moda & Acessórios.
Já no outro extremo está o setor de itens infantis, com queda de 13,32% desde fevereiro do ano passado.
De todos os 15 setores analisados, 10 obtiveram crescimento acima de 20% no YoY, o que confirma a tendência da população a continuar comprando online mesmo após o afrouxamento total das medidas de segurança, como isolamento social.
Ranking das 10 maiores lojas do Brasil
Se destacando no ranking de lojas mais acessadas do país desde o início da pandemia, Mercado Livre e Americanas somaram juntas, em janeiro, quase 500 milhões de visitas.
No ranking das 10 maiores lojas do país também há um lugar especial para o Shopee, site de varejo eletrônico que vende itens importados diversos com preços convidativos.
Na variável YoY, a taxa de crescimento do site foi de 2.010%, tomando a dianteira absoluta do maior crescimento. Desde o início da pandemia, o crescimento total acumulado foi de 1.592%.
No quesito de movimentações mensais, Educação, Livros & Papelaria foi o setor que mais cresceu desde dezembro de 2020, com taxa de crescimento de 29,86%.
Apesar do ótimo resultado anual, o setor de Pet não foi tão bem na variável MoM, ficando na retaguarda com 1,24% de crescimento.
Panorama positivo gera expectativa para o resto do ano
Em janeiro, nossa previsão era de que a taxa de crescimento YoY do e-commerce brasileiro ficasse em torno de 10%, mas o mês superou a marca em 2,5x e cresceu 25% no comparativo anual.
Além da grande expansão da maioria dos setores analisados, um outro ponto do relatório que merece ênfase é o market share de algumas empresas brasileiras e quanta parcela de mercado foi conquistada por alguns players durante a pandemia.
As marcas que mais expandiram seu market share deste fevereiro/20 foram Menu Dino (+148%), Descomplica (+97%), Época Cosméticos (+74%), Riachuelo (+45%), Amazon Brasil (+30%) e Samsung (+22%).
Para o mês de fevereiro, espera-se uma recuada natural do crescimento comparada à janeiro, mas com aumento no YoY.
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