Nova feature está em período de testes e pode revolucionar buscas com intenções turísticas
Após a integração de ferramentas de tecnologia artificial generativa ao buscador mais usado do mundo, o Google agora pretende incrementá-lo com uma funcionalidade que auxilia os usuários a planejarem suas viagens.
A iniciativa, fruto de parceria com a agência de viagens Priceline, da Booking Holdings, visa sugerir hotéis, restaurantes, passeios e atrações turísticas no inovador formato conversacional, seguindo os padrões da nova SGE (Google’s Search Generative Experience). Assim, o usuário obtém respostas personalizadas do chatbot.
Ou seja, apresenta-se como um roteiro de viagens ou guia turístico por meio de sugestões sob medida. Carrie Tharp, vice-presidente de indústria do Google Cloud, comunica que os outputs baseados em localização poderão responder a dúvidas como “quais são as atividades para crianças no local? Tenho duas horas sobrando”.
Nova feature já está sendo testada no buscador
Dessa maneira, um usuário realiza uma pergunta em linguagem natural, como “Vale a pena visitar Fernando de Noronha em setembro” e a feature traz respostas acerca das principais recomendações em um formato que se assemelha aos grafos de conhecimento.
Imagem: Android Police
A imagem acima traz um exemplo de como a interface, em período experimental, funciona, a partir de uma busca sobre a cidade de Chicago.
Na parte superior do resultado da busca em computadores de mesa, há um breve resumo sobre o panorama turístico da localidade e imagens dos principais pontos visitados pelos viajantes. Já na lateral, se posicionam etiquetas clicáveis que expõem mais informações sobre as atrações.
Uma das grandes novidades vem logo a seguir: as avaliações. Nelas, a pessoa que busca terá acesso à opinião de outros turistas para tomar uma decisão. Além disso, são incluídas outras perguntas comuns aos usuários com a mesma intenção, sugerindo um padrão de continuidade à solicitação.
Seguindo a mesma lógica aplicada à busca contínua, que leva em consideração o histórico de perguntas do usuário para follow-up, será possível afunilar o diálogo. Assim, o usuário pode iniciar a pesquisa sobre uma cidade e findá-la em um hotel ou comércio local. Essa é uma mecânica que se difere de websites do ramo, como TripAdvisor, Yelp e Trivago, plataformas nas quais as pessoas precisam recomeçar uma nova busca a cada pesquisa.
Especula-se que, em versões posteriores, será possível receber recomendações sobre passagens aéreas, agentes locais, clima, rotas rodoviárias e ferroviárias ou indicações do que é necessário levar na mala. Isso levou alguns órgãos de imprensa, como a Reuters, a comparar o novo recurso a um agente de viagens.
“Você pode facilmente descobrir que no Bryant Park (parque localizado em Manhattan) há um mercado de Natal que vai do início de novembro até o início de janeiro ao reservar o seu hotel”, afirma Martin Brodbeck, chefe de tecnologia da Priceline. A agência também pretende acoplar a tecnologia do Google às suas intranets.
Brett Keller, CEO da agência, diz que “atualmente, empregamos milhares de pessoas que respondem às perguntas dos clientes. A IA acelera a capacidade de o agente dar conselhos práticos“.
De acordo com ele, outra vantagem é que cancelamentos e mudanças de rota exigem muitos processos burocráticos. Com a implementação da tecnologia, haverá redução no tempo de espera.
Ferramentas de IA do Google ainda não chegaram ao Brasil
Apesar de o Brasil ser um dos locais nos quais o Google tem uma grande fatia do market share, com 96,18% do mercado (Statcounter, 22/06/2023), o Google Bard não foi incorporado ao mecanismo no país.
Em maio, a big tech anunciou a implementação do recurso em mais de 180 países. Apesar de não haver um pronunciamento oficial, há indícios de que a exclusão do país, até o momento, tenha relação com o Projeto de Lei 2630, que estabelece normativas para combater a desinformação na internet.
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