Atualização de Spam de Junho 2024: nova atualização de spam do Google é anunciada

Mariana Pessoa
Mariana Pessoa

O Google anunciou nesta quinta-feira, dia 20, uma atualização para combater vários tipos de spam nas páginas de resultados em todos os idiomas. A implementação pode levar até uma semana para ser concluída.

Estamos vivendo uma série de atualizações. Após o March 2024 Core Update e March 2024 Spam Update, que trouxeram mudanças significativas na SERP, ontem foi anunciado a tualização contra spam de junho:

Já faz algum tempo que o buscador aposta em melhorias voltadas para a redução de spam. A última aconteceu em março, adicionando três novas práticas à lista de spam: abuso de domínios expirados, abuso de conteúdo em escala e abuso de reputação de site. Continue a leitura para saber mais sobre a atualização em andamento!

O que é a Atualização de Spam de Junho de 2024?

A Atualização de Spam de Junho de 2024 tem como objetivo melhorar os sistemas de detecção de spam do Google. Assim, a expectativa com a atualização é que o buscador reduza mais páginas que são spam nos resultados de pesquisa.

As atualizações de spam acontecem desde 2018, quando o Google passou a contar com o algoritmo chamado SpamBrain, seu sistema de prevenção contra spam. Segundo a empresa, em 2022 o SpamBrain  “detectou cinco vezes mais sites de spam em comparação com 2021 e 200 vezes em comparação com o período de lançamento.”

Graças ao sistema, o Google consegue garantir que mais de 99% das visitas da Pesquisa sejam livres de spam.

Assim, a atualização de junho pretende melhorar o algoritmo do SpamBrain para aprimorar a detecção de spam e garantir a detecção de novos tipos de spam.

Diego Ivo, CEO da Conversion, também compartilhou no LinkedIn sua visão sobre a atualização.

Qual o foco da atualização de spam de junho?

Na plataforma X (Twitter), surgiram questionamentos se a atualização teria como foco a prática de abuso de reputação de sites, que acontece quando um site de alta autoridade hospeda um outro nicho de conteúdo, e recentemente foi incluída à polícia de spam do Google.

No entanto, o Google negou, afirmando que trata-se de uma atualização de spam padrão. Segundo Danny Sullivan, o porta-voz do Google que respondeu a dúvida, o buscador anunciará para a comunidade de SEO quando a atualização tiver como foco o abuso de autoridade.

Como funciona a detecção de spam do Google?

Para garantir uma página de resultados com conteúdos de qualidade, o Google investe em sistemas para garantir que sites não apareçam nos resultados da pesquisa usando comportamentos enganosos e manipuladores — ou seja, spam. Isso porque essas páginas e sites acabam sendo um problema, pois podem enganar e até causar danos mais sérios às pessoas.

Dessa forma, o buscador conta com sistemas automatizados, como o SpamBrain, que possuem o objetivo de encontrar spam pela Web e removê-los dos resultados de pesquisa. O spam também é enfrentado manualmente pela equipe de remoção do Google. Este, inclusive, é o medo de muitos profissionais de SEO: as famosas ações manuais.

Segundo o Google, o entendimento da importância de combater o spam surgiu a partir do PageRank. Após a externalização de como o sistema inovador funcionava, iniciou-se a compra e venda de links, que hoje também é considerado spam.

O que o Google considera spam?

O Google possui uma política de spam bem séria e complexa, que pode ser considerada na íntegra no artigo da Central de Pesquisa Google. Como a Atualização de Spam de Junho 2024 é uma atualização padrão, ou seja, sem um foco específico, confira algumas práticas que estão sendo combatidas:

Conteúdo gerado automaticamente com spam

O conteúdo gerado automaticamente com spam é criado de forma programática (geralmente por alguma ferramenta) e não produz nada original, nem adiciona valor ao usuário. Assim, o objetivo deste tipo de spam é manipular os rankings e não ajudar o usuário. Exemplos:

  • Texto que não faz sentido para o leitor, mas contém palavras-chave de pesquisa
  • Texto traduzido por uma ferramenta automática sem revisão humana antes da publicação
  • Texto gerado com processos automatizados sem considerar a qualidade ou a experiência do usuário
  • Texto criado com geração automática de sinônimos, paráfrases ou técnicas de ofuscação
  • Texto gerado com base em cópias de feeds ou resultados da pesquisa
  • Agrupamentos ou combinações de conteúdo de diversas páginas da Web sem adição significativa de valor

Atualmente, conteúdos produzidos por inteligência artificial que não agregam à busca são um problema para o Google. Com o March 2024 Spam Update, muitos sites com este tipo de conteúdo foram impactados, mas ainda restam milhares que possuem bons posicionamentos na Web.

Conforme a análise de Roger Montti, do Search Engine Journal, alguns sites de spam gerados por IA classificaram-se para mais de 217.000 consultas, com mais de 14.900 dessas consultas classificadas entre os 10 primeiros resultados de pesquisa​. 

Abuso de conteúdo escalável

O abuso de conteúdo escalável acontece quando muitas páginas são geradas tendo como principal propósito manipular os resultados de Pesquisa e não ajudar os usuários. 

Um exemplo são os conteúdos criados por inteligência artificial. Muitos profissionais têm utilizado a IA para criar grandes quantidades de conteúdos, mas que oferecem pouco ou nenhum valor aos usuários, tendo somente como objetivo posicionar no Google.

Além disso, esta nova política está diretamente ligada com a política de conteúdo gerado automaticamente, para que o Google possa tomar as medidas necessárias independente  do conteúdo irrelevante e escalável seja produzido por IA, pessoas ou uma combinação dos dois.

Em um artigo publicado junto à atualização de março, o Google reforçou o objetivo da política:

Nossa nova política tem como objetivo ajudar as pessoas a focar mais claramente na ideia de que produzir conteúdo em escala é abusivo se feito com o propósito de manipular os resultados de pesquisa e que isso se aplica tanto a automação quanto se humanos estiverem envolvidos.

Spam por links

Como backlinks são muito importantes para determinar a relevância das páginas da Web, o Google considera qualquer link criado com o objetivo de manipular a busca como spam. 

Nas diretrizes, está incluso tanto o ato de manipular links para o seu site (compra ou troca), como também links que direcionam os usuários para páginas externas (venda). Para esclarecer algumas dúvidas, o buscador traz alguns exemplos nos seus Fundamentos da Pesquisa Google:

  • Comprar ou vender links para fins de classificação. Isso inclui o seguinte:
    • Pagar por links ou postagens que contêm links
    • Trocar bens ou serviços por links
    • Enviar um produto a um usuário em troca de uma avaliação por escrito com um link
  • Fazer muitas trocas de links ou criar páginas de parceiros com o objetivo único de criar links cruzados (também conhecido como guest post)
  • Usar programas ou serviços automatizados para criar links no seu site
  • Exigir um link nos Termos de Serviço, contratos ou acordos semelhantes sem que o proprietário do conteúdo de terceiros tenha a opção de qualificar o link externo
  • Links de baixa qualidade para sites de diretório ou favoritos
  • Links cheios de palavras-chave, ocultos ou de baixa qualidade incorporados em widgets distribuídos em vários sites
  • Links distribuídos de maneira ampla nos rodapés ou modelos de vários sites
  • Comentários em fóruns ou outros sites com links otimizados no post 

Conteúdo copiado

Este tipo de spam é bem comum. Também chamado de plágio ou raspagem, muitos sites crescem em cima da utilização de conteúdos de outros sites. Além de ser uma violação de direitos autorais, esses conteúdos podem não oferecer valor agregado aos usuários sem a oferta de serviços (por exemplo, site monetizado com muitos anúncios e conteúdos copiados). Outros exemplos trazidos pelo Google:

  • Sites que copiam e republicam conteúdo de outros sites sem adicionar conteúdo original ou valor, ou nem mesmo citar a fonte original
  • Sites que copiam o conteúdo de outros sites, fazem pequenas modificações (por exemplo, usando sinônimos ou técnicas automatizadas) e o publicam novamente
  • Sites que reproduzem feeds de conteúdo de outros sites sem oferecer qualquer tipo de benefício ao usuário
  • Sites voltados à incorporação ou compilação de conteúdo, como vídeos, imagens ou mídias diversas de outros sites, sem acrescentar valor significativo para o usuário

O que fazer se meu site for atingido pela atualização?

Se o spam for identificado, o seu site pode sofrer com um rebaixamento de posição na SERP ou até mesmo não aparecer nos resultados do Google.

Caso você perceba uma queda nos seus acessos orgânicos ou em posicionamentos após a Atualização de Spam de Junho de 2024, o Google indica que sejam feitas as mudanças no site, pois os sistemas automatizados podem observar durante os meses que as regras estão sendo seguidas e, portanto, melhorar seu posicionamento.

O Google também sinaliza que, em casos de atualizações visando a prevenção de spam por links, excluir os links podem não ajudar. Isso porque o próprio sistema do Google anulam esses links, fazendo com que a autoridade anteriormente repassada seja perdida. Assim, se a autoridade desse link ajudava no ranqueamento, ela não pode ser resgatada.

Como prevenir penalizações devido a spam?

A melhor forma de prevenir seu site de ser atingido por atualizações como essa é seguir as diretrizes de qualidade do Google, que incluem vários fatores, como o conteúdo de qualidade e útil e focado no usuário.

No caso de spam, avalie seu site e avalie os problemas que o Google pode ter encontrado relacionado às políticas vigentes. Lembre-se que o spam, além de enganar, também pode prejudicar seriamente os usuários.

Se o seu objetivo é construir links, prefira fazê-lo de forma natural ao apostar em bons conteúdos ou Digital PR, que é a estratégia de SEO em conjunto com assessoria de imprensa que têm sido a alternativa às técnicas de link building classificadas como black hat.

Por mais que os resultados de algumas técnicas sejam de curto prazo, pode ter certeza que não são duráveis e podem prejudicar toda a saúde do site, com potencial de destruir um negócio digital em caso de uma queda brusca no tráfego orgânico.

Referências do artigo

Escrito por Mariana Pessoa

Escrito por Mariana Pessoa

Mariana é estrategista de SEO e apaixonada por Marketing Digital. É também produtora de conteúdo no LinkedIn e escritora de ficção nas horas vagas.

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Mariana é estrategista de SEO e apaixonada por Marketing Digital. É também produtora de conteúdo no LinkedIn e escritora de ficção nas horas vagas.

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