Project Magi visa conter concorrência e trazer nova experiência de busca ao usuário
De acordo com uma reportagem publicada pelo The New York Times, o Google está trabalhando em um novo mecanismo de buscas. Ao que tudo indica, o buscador pretende incorporar não apenas os recursos de inteligência artificial generativa ao algoritmo (Google Bard), mas também ferramentas inéditas baseadas em aprendizado de máquina à página de resultados.
A empresa deslocou 160 funcionários em tempo integral para o programa, que recebeu o nome de Projeto Magi. Alguns colaboradores foram convidados para a realização de experimentos e atestar sua capacidade de continuidade conversacional, que dá prosseguimento à busca em vez de considerá-las ações individuais. Para tal, em comunhão, engenheiros, executivos e designers trabalham em sprints para amplificar e testar suas funcionalidades.
A intenção é proporcionar uma experiência de busca original ao usuário, reimaginando a jornada de pesquisa por meio da utilização de chatbots inteligentes, que se adequam de acordo com a solicitação.
“O novo motor de pesquisa ofereceria uma experiência muito mais personalizada do que o atual mecanismo, antecipando as necessidades do usuário”, relata Nico Grant, repórter do New York Times.
O Project Magi, como foi chamado em inglês, ainda está em estágios iniciais e não tem previsão de lançamento.
Google pretende testar novos recursos no mecanismo atual
A ideia de apresentar um novo motor de pesquisa ainda está em desenvolvimento. Contudo, algumas das funcionalidades (features) devem ser inseridas no atual mecanismo, incluindo a ideia de transformar a busca em diálogos. Aliás, uma das primeiras adições deve consistir em um sistema chamado de Tivoli Tutor, para ensinar usuários a utilizarem a linguagem natural para realização da busca.
Segundo a apuração do jornal, uma série de iniciativas convergem para a criação da versão moderna do buscador. Entre elas, uma chama a atenção: a manutenção dos anúncios nos resultados de busca que, por enquanto, ainda não aparecem no Google Bard e é uma preocupação latente entre anunciantes, profissionais da área e do próprio Google, cuja principal fonte de renda são os links patrocinados.
Outra integração pretende oferecer listas pré-selecionadas de objetos para compra e informações adicionais à pesquisa. É possível que algumas delas até já estejam em período de testes, como as novas features de checagem de fatos divulgadas no Google Blog em Março de 2023.
Não é nenhuma novidade que a companhia deseja investir em inteligência artificial generativa para textos. Mas o novo modelo poderia trazer conteúdos artificialmente criados também em formato de imagem, por meio de uma ferramenta nomeada GIFI, que funcionaria nos moldes de outras já existentes, como Midjourney e DALL-E.
A implementação também poderia trazer de novo luz a um antigo conhecido dos internautas: o Google Chrome, que deve ter uma barra de pesquisas para fazer perguntas ao chatbot durante a navegação, mesmo em páginas externas ao buscador.
Há ainda a movimentação do uso da inteligência artificial em outras vertentes, como o Google Earth, e duas funcionalidades inéditas na SERP. A primeira ajudaria o usuário a encontrar músicas (possivelmente em uma busca por áudio), enquanto a segunda auxiliaria a desenvolver códigos de programação.
Aliança entre Bing e Samsung representa maior ameaça ao Google em 25 anos
A iniciativa se apresenta como uma resposta à crescente onda de ameaças que a maior empresa de tecnologia global vem sofrendo devido ao advento de soluções de IA, como o ChatGPT e, principalmente, sua integração ao Microsoft Bing, mecanismo de busca rival.
A gota d’água parece ter sido um anúncio que pegou a corporação desprevenida. A Samsung, gigante global no ramo de dispositivos móveis, com 19% do market share (Market Monitor Service, 2022), considera alterar seu mecanismo de busca padrão, trocando o Googlebot pelo Bingbot (Yahoo!, 2023). Essa substituição de contrato acarretaria em um prejuízo estimado em 3 bilhões de dólares anuais em receita para a Alphabet, holding da Google.
Essa seria a maior ameaça do buscador nos últimos 25 anos. Tanto que, após o lançamento das ferramentas da OpenAI, ChatGPT e GPT-3, em Novembro de 2022, foi criada uma força-tarefa que contou, inclusive, com os fundadoresantigos executivos Larry Page e Sergey Brin.
Diferentemente do Bing, que integrou o ChatGPT ao buscador original, o Google Bard foi lançado como uma ferramenta paralela ao mecanismo de busca. E vem sofrendo duras críticas sociais e de especialistas, como sua capacidade de produzir fake news, erros grotescos e desatualização (The Guardian, 2023), além de acusações de utilização do ChatGPT para treinar a própria IA (AI Business, 2023).
Google continua a desenvolver projetos com foco em IA e minimiza migração
Sem citar nomes, a matéria do The New York Times diz que conversou com um dos porta-vozes do Google. “A companhia continua a melhorar seu mecanismo de busca para entregar ao usuário mais razões para escolher o Google, e os utilizadores do Android são livres para aderir tecnologias de empresas diferentes”, disse.
O que, certamente, vai contra as mensagens internas vazadas pelo próprio veículo alguns dias antes, que destacavam uma frase com cerne das conversas: “pânico”.
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